Com o avanço da variante Delta do novo coronavírus, o governo pode anunciar nesta semana a aplicação da terceira dose em idosos, profissionais de saúde e pessoas imunodeprimidas que foram vacinadas no início do ano.
A comissão externa da Câmara dos Deputados de enfrentamento à Covid-19 promoveu audiência pública nesta terça-feira (24/8) sobre a variante Delta e a situação do Sistema Único de Saúde (SUS) na pandemia.
A secretária extraordinária de Enfrentamento à Covid-19 do Ministério da Saúde, Rosana Leite de Melo, afirmou que estudos apontam a eficácia da terceira dose entre seis a oito meses após a segunda dose. Ela estima que em torno de 35 milhões de pessoas poderiam ser atendidas.
Rosana disse que uma decisão nesse sentido deve ser anunciada nesta semana. “Com o quantitativo contratado de vacinas, 600 milhões de doses, conseguiríamos vacinar os idosos e profissionais de saúde que se vacinaram no início do ano”, informou.
Segundo ela, o aumento de 4% na última semana na transmissão acendeu o alerta de que não é o momento de “baixar a guarda” nos cuidados. Já foram computados 1.370 casos da variante Delta, com aumento nas últimas três semanas, especialmente no Rio de Janeiro (505 casos), no Rio Grande do Sul (156 casos) e no Distrito Federal (125) casos.
Relatora, a deputada Carmen Zanotto (Cidadania-SC) manifestou preocupação com a situação do Rio de Janeiro e cobrou posicionamento do governo sobre a terceira dose da vacina. A deputada Jandira Feghali (PCdoB-RJ) ressaltou ainda a indicação de especialistas que alertam para a “explosão da Delta” entre setembro e outubro.
Rosana Leite de Melo afirmou que, se for decidida a vacinação nos idosos, a maioria vai completar seis meses de vacinação agora em setembro e outubro. “Então, temos tempo para fazer essa nova vacinação”, apontou.
A representante do Ministério da Saúde também alertou para importância de outras medidas fundamentais, como manter o distanciamento social para interromper a cadeia de transmissão.
“Embora tenhamos a sensação de que a pandemia está arrefecendo, nós paramos em um patamar muito alto de casos. Não podemos baixar a guarda e precisamos incentivar medidas restritivas não farmacológicas. Só com isso vamos frear as cadeias de transmissão e esse ambiente favorável ao vírus e suas mutações”, ressaltou.
Apesar da redução de 10% nos óbitos até 23 de agosto, o País já soma 574.848 mortes e 20.583.994 de casos notificados. “Estamos em um momento um pouco mais confortável em relação a janeiro deste ano, porém em um patamar muito alto de casos, e qualquer aumento pode ter repercussões graves no sistema de saúde”, reconheceu Rosana.
Fonte: Agência Câmara de Notícias
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