Os ganhos do Banco Central (BC) com operações equivalentes à venda de dólares no mercado futuro (swaps cambiais) chegaram ao recorde de R$ 42,697 bilhões em março, De acordo com dados divulgados hoje (6) pela instituição, no acumulado do ano até 1º de abril, os ganhos totalizam R$ 40,669 bilhões. Neste ano, só houve perda em janeiro (R$ 16,769 bilhões).
O BC voltou a vender dólares no mercado futuro para oferecer proteção cambial para as empresas em momentos de forte oscilação da cotação, em maio de 2013, quando os Estados Unidos iniciaram a redução das injeções de dólares na economia mundial. Em agosto daquele ano, o programa tornou-se permanente, com o BC ofertando diariamente contratos de swap.
O programa de swaps durou até março do ano passado, quando o Banco Central parou de ofertar novos lotes. Desde então, a autoridade monetária (BC) passou apenas a rolar os vencimentos, fazendo leilões para trocar os contratos prestes a vencer por novos contratos com vencimento mais à frente. No mês passado, o BC anunciou a redução da rolagem, que era de 100%, para 75%.
Nos meses em que o dólar sobe, o BC tem prejuízo com as operações de swap. Quando a cotação cai, o banco tem lucro. Os resultados são transferidos para os juros da dívida pública, aliviando as contas públicas quando os contratos de swap são favoráveis à autoridade monetária e precisando ser cobertos com as emissões de títulos públicos pelo Tesouro Nacional quando acontece o oposto.
Criado em 2001, o swap cambial é uma ferramenta que permite ao Banco Central intervir no câmbio sem comprometer as reservas internacionais. O BC vende contratos de troca de rendimento no mercado futuro. Apesar de serem em reais, as operações são atreladas à variação do dólar.
No swap cambial, a autoridade monetária aposta que o dólar subirá mais que a taxa DI (taxa de depósito interbancário, cobrada em transações entre bancos). Os investidores apostam no contrário. No fim dos contratos, ocorre uma troca de rendimentos (swap) entre as duas partes.
Por outro lado, os dados do BC mostram que houve perdas de rentabilidade das reservas internacionais (excluídos os custos com captação de recursos) no total de R$ 131,2 bilhões, em março. De janeiro a 1º de abril, as perdas ficaram em R$ 112,274 bilhões.
Fonte: EBC
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