A mobilidade urbana e a qualidade do transporte público de Camaçari foram temas de debate na manhã desta quarta-feira (21), na Câmara Municipal de Camaçari. A audiência pública foi uma solicitação do vereador Júnior Borges (DEM) e reuniu representantes de movimentos populares, classes profissionais, sindicatos e órgãos públicos municipais.
O vereador Júnior Borges considerou enriquecedora a discussão para o processo de mudança no quadro atual da mobilidade e do transporte público. “Sem dúvida foi uma oportunidade para todas as pessoas que participaram do encontro colocassem as suas questões sobre a qualidade do transporte e da mobilidade em Camaçari. A partir disso fica mais claro para o poder público quais são as principais insatisfações da população sobre os serviços em questão”, ressaltou.
O promotor público de Camaçari, Luciano Pita, acusou a prefeitura de fazer vista grossa à licitação para o transporte público do município. “Em momento nenhum a prefeitura demonstrou interesse em colocar em prática o que foi acordado no TAC. A licitação do transporte não interessa ao município”, disse.
A representante do Movimento Passe Livre (MPL) de Salvador, Cláudia Garcia, palestrou por 15 minutos e levantou questionamentos importantes sobre o transporte. “A verdade é que não existe transporte público no Brasil, o transporte é privado, nós pagamos por ele e pagamos caro por um serviço de péssima qualidade”.
Integrante do Bloco de Re-Existência de Camaçari, Rafaela Cardoso questionou o discurso de inviabilidade do sistema de Tarifa Zero no transporte público. “A implantação do sistema Tarifa Zero é possível, sim. E foi a favor disso que muitos brasileiros foram às ruas de todo o país cobrar do governo esse benefício que é um dever do governo”.
Jorge Curvelo (DEM) lembrou que os vereadores nunca foram consultados sobre o preço da passagem de ônibus. “Infelizmente, a tarifa do ônibus coletivo não passa pela Câmara de Vereadores. Essa é uma decisão que fica apenas nas mãos do prefeito e dos empresários que operam as empresas que rodam na cidade. Ficamos impedidos de participar desse processo”.
Wagner Santana, assessor técnico da Superintendência de Trânsito e Transporte (STT), foi questionado durante a audiência sobre o processo de licitação para o transporte da cidade, por um dos integrantes do Bloco de Re-Existência de Camaçari. “O termo de referência para o processo de licitação já está sendo preparado e pode ser aplicado ainda em dezembro deste ano, mas não é ainda uma definição garantida”.
O diretor de comunicação do Sindicato dos Servidores de Trânsito e Transportes de Salvador e Região Metropolitana (Sindtrans), Mário Reis, apresentou números sobre a quantidade de ônibus que rodam em Camaçari de forma irregular. “Temos muitos veículos que rodam em Camaçari que estão em desacordo com o que diz o TAC. Dois ônibus que eram para deixar de rodar em janeiro continuam transportando pessoas com autorização da STT”.
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