Mesmo com o resultado esperado pela admissibilidade do processo, integrantes da comissão especial do impeachment no Senado conhecerão somente nesta quarta-feira (4/5), a partir de 13h30, o teor do relatório do senador Antonio Anastasia (PSDB-MG). Alvo de questionamentos constantes por parte de governistas, o parlamentar mineiro lerá hoje o parecer do pedido de afastamento da presidente Dilma Rousseff. Anastasia deixou a comissão para se dedicar ao relatório e avisou que viraria a noite para concluir o documento. “Deus me ajudará. Me dará forças”, disse.
Segundo o cronograma previsto na comissão, a leitura do relatório será feita sem interrupções dos senadores. O debate sobre o parecer ocorrerá amanhã, mesmo dia em que será dada nova oportunidade para a defesa de Dilma se pronunciar. Até o início da noite de ontem, o advogado-geral da União, José Eduardo Cardozo, ainda não havia confirmado presença. Nos últimos sete dias de funcionamento da comissão, Anastasia manteve uma postura serena e pacífica, mesmo com os constantes questionamentos da base governista. Todas as questões de ordem foram derrubadas.
Ontem, estiveram no colegiado três especialistas para defender a presidente: o professor de direito financeiro da Universidade Estadual do Rio de Janeiro (UERJ) Ricardo Lodi Ribeiro; o professor de direito processual penal da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) Geraldo Luiz Mascarenhas Prado; e o ex-presidente da Ordem dos Advogados do Brasil Marcello Lavenère. Na segunda-feira, se manifestaram outros três especialistas convocados pela acusação.
O ex-presidente da OAB foi o autor do pedido de impedimento do ex-presidente Fernando Collor de Mello, em 1992. “(Agora) não há crime nenhum”, afirmou. Lavenère recorreu a uma comparação histórica para demonstrar as diferenças. “O enforcamento de Tiradentes e o de líderes nazistas (durante a segunda Guerra Mundial) podem aparentemente se apresentar como a mesma coisa. Mas é exatamente a diferença radical entre o impeachment de Collor e o impeachment de Dilma”, ressaltou.
Fonte: Correio Braziliense
Seja o primeiro a comentar