A marcação de exames médicos na rede pública de saúde de Camaçari tem deixado os moradores da sede revoltados. O motivo é simples e compreensível: a maioria das marcações está encaminhando os usuários do sistema público para a orla do município.
Segundo Ligiane Araújo dos Santos, 27 anos, os locais mais comuns onde as consultas médicas são marcadas são Monte Gordo, Jauá e Abrantes. “Pelos menos no meu caso já marcaram pra todos esses lugares, mas eu não fui porque eu trabalho e não tenho tempo para ir à orla”.
Algumas pessoas encontram dificuldade para o simples ato da marcação. Adjane Moura, mãe de Cailon, 3, e Guilherme, 7, quer aproveitar as férias da escola dos filhos para marcar os exames laboratoriais para os dois, mas já fez duas tentativas sem sucesso.
No primeiro dia que esteve na UBS de Camaçari de Dentro, Adjane foi informada pelos funcionários do posto que a pessoa responsável pela marcação de consultas não trabalharia por conta da perda de um parente. Mesmo chateada, ela deixou o posto para tentar no dia seguinte. Às 4h30 da manhã Adjane já estava na fila, mas, para a sua surpresa, ainda não havia ninguém para fazer a maração dos exames. “A moça me atendeu e disse que não sabia dizer se a pessoa responsável vinha trabalhar, ainda por causa da perda do parente. Eu entendo, mas tinha que ter alguém para substituir”, argumentou.
Na Unidade Básica de Saúde da Gleba B a situação não é diferente. Sabrina Ferreira, moradora do mesmo bairro, tentou marcar uma ultrassonografia e uma consulta com um ortopedista, mas não aceitou ser encaminhada para a orla do município e optou por pagar pelos serviços. “Vou ter que pagar um médico particular, porque eu não tenho como sair da sede e ir à orla só para fazer uma consulta”. Sabrina encontrou vaga para o que queria apenas no distrito de Monte Gordo.
Assessoria de Comunicação/Henrique da Mata
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