O Brasil terá oficializada até a próxima semana a fundação da 31ª legenda, o Partido Republicano da Ordem Social (Pros), que surge como um abrigo para políticos que querem se candidatar sem a obrigação de seguir uma ideologia definida, o que teoricamente seria o objetivo das legendas. A nova sigla terá o número 90 e apenas uma determinação no estado: ser da base aliada do prefeito ACM Neto (DEM).
Em entrevista ao Bahia Notícias, o secretário municipal de Promoção Social e Combate à Pobreza, Maurício Trindade (PR), detalhou o posicionamento da agremiação, já que recebeu do prefeito a incumbência de capitanear a implantação do Pros-BA. “O prefeito quer trazer o partido para ele e para o nosso grupo”, pontuou Trindade, que abre oficialmente nesta sexta-feira (13) as negociações com possíveis novos integrantes, o que já tem acontecido nos bastidores, inclusive nomes como o deputado estadual Bruno Reis (sem partido), um dos cotados para ser o presidente estadual do novo grupo, fato não confirmado pelo gestor republicano.
O secretário ainda lembrou – conforme noticiado com exclusividade pelo BN – que ACM Neto tentou negociar a adesão de aliados ao Partido Solidariedade, do deputado federal Paulinho da Força (PDT), mas sem sucesso. “Ele tinha conversado com Paulinho, mas tem que ver qual a linha que o partido vai seguir e o Solidariedade está mais perto de Medrado [deputado federal pelo PDT-BA], que está mais próximo do governador do Estado [Jaques Wagner (PT)]. Estaremos em uma linha política diferente”, explicou. A linha diferente é basicamente um vale-tudo, em que os políticos poderão ingressar no Pros e defender a “ideologia que quiserem”, desde que apoiem ACM Neto.
Para o secretário, o fato de a sigla surgir para abrigar qualquer ideologia não é um problema, pois “brasileiro vota em uma pessoa e não no partido”. A intenção do prefeito ACM Neto é estabelecer quem estará em sua base para seguir o comando democrata. No entanto, Trindade adiantou que o Pros deve ficar neutro em relação aos governos federal e estadual, com atos de oposição pontuais.
Em 2014, os integrantes só não podem bater de frente com o candidato do prefeito, a exemplo do próprio Trindade. “Hoje estou no PR, que está com o governo do Estado. Não posso ser secretário de ACM Neto e estar em outra campanha. Meu problema não é pessoal, mas estamos dividindo os times”, ressaltou. A nova legenda é mais um reforço para a fase “paz e amor” de ACM Neto, que poderá fazer uma campanha sem enfrentamento direto com o candidato do governador.
Até outubro, o país deve ganhar, pelo menos, mais dois partidos: Rede Sustentabilidade e Solidariedade. Trindade afirma que, diferentemente dos concorrentes, o Pros não tem um “cabeça” e também não está sendo criado agora, mas sim há quatro anos. “É um partido bem democrático e cada estado decide [o posicionamento]”, disse o republicano, que decretou o que muito brasileiro já percebeu: a ausência de uma ideologia clara entre as legendas existentes. “Nas caminhadas [manifestações] do mês passado estavam todos sem partido. Hoje não existe mais comunismo como na Rússia e o capitalismo nos Estados Unidos. Não existe, de nenhum lado, ideologia”, denunciou.
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