“Quero deixar uma Câmara diferente da que eu encontrei”, enfatiza Júnior Borges

Já são 100 dias de mandato do vereador Júnior Borges (DEM) à frente da Presidência da Câmara de Camaçari. Em entrevista ao Destaquel, ele faz a avaliação desse período, além de relatar o trabalho feito pela Casa Legislativa durante a pandemia.

O democrata ainda opina sobre as medidas de restrição do comércio e o retorno das aulas presenciais nas escolas, e destaca que pretende deixar uma Câmara mais tecnológica, acessível e próxima da população.

Confira a entrevista:
Destaque1 – Recentemente, a Câmara de Camaçari aprovou, em caráter de urgência e em sessão extraordinária, projeto de lei de autoria do Executivo municipal autorizando a entrada da cidade no Consórcio Nacional de Prefeitos para a compra de vacinas contra a Covid-19, e tem debatido constantemente outras indicações ligadas à pandemia. Que avaliação o senhor faz do trabalho da Casa, o trabalho conjunto dos vereadores até o momento nesse cenário? E o que mais é possível fazer?

Júnior Borges – A Câmara de Vereadores nunca se furtou a ser célebre naquilo que a cidade precisa, e, no caso da permissão para a compra de vacinas pelo município, não foi diferente. A novidade foi que nós fizemos todo o encaminhamento em apenas quatro horas, fizemos um esforço sobrenatural para poder atender uma demanda especial. Este momento é um histórico para a Câmara, nós estamos fazendo de tudo para facilitar o acesso da população à vacina contra o coronavírus, já que enfrentamos essas dificuldades de falta de insumo e doses no
Brasil.

D1 – Um dos principais gargalos da pandemia também tem sido a questão econômica e a manutenção desse diálogo com o comércio e empresariado local. O senhor visitou oficialmente a ACEC, integrou o debate para a construção do plano de retomada das atividades econômicas. Vendo essa situação sob uma lente mais ampliada, de que maneira acredita que é possível equilibrar as necessidades urgentes da saúde, no sentido de impedir o aumento do número de casos e mortes, com manutenção da economia e empregos, principalmente entre as micro e pequenas empresas

JB – Primeiro que o município precisa adotar uma equipe de fiscalização muito maior, mas não é para ser punitiva, mas para orientar os empresários, os consumidores, para que a gente consiga ter o mínimo de equilíbrio possível e evite assim um contágio maior de infectados, para que a gente não precise fechar o nosso comércio. Ninguém aqui é a favor de fechar comércio, eu não sou, e a gente precisa ter coragem de fazer o enfrentamento. O que nós precisamos é de uma ampliação de fiscais da Sesau e as lojas precisam redobrar os cuidados.

D1 – Há cerca de dois meses, antes do lockdown e da fase mais aguda da pandemia, o senhor defendeu o retorno das aulas presenciais. Qual a sua opinião? Ainda acredita que isso é possível?

JB – A gente tem que observar a ciência. Se a ciência aponta que o menor número de infectados são crianças, então a gente pode pensar em uma maneira de retomar as aulas em um momento. O professor, ele tem que se resguardar, tanto é que o governo federal definiu que os professores virem categoria prioritária, para que a gente possa retomar as coisas ao normal. Tem uma turma que tá ficando doente em casa, tanto crianças quanto professores, como pais…
A gente vai precisar continuar a nossa vida. Não estou sendo negacionista, temos que ter todos os cuidados, mas temos que ter coragem de defender o que acreditamos, então a gente precisa debater sobre isso. A escola que não tem estrutura não abre. Se a escola não tem ventilação, condição de abrir com os protocolos sanitários, essa escola não vai abrir. Mas e as escolas que tem, não podem ser prejudicadas.

D1 – A Câmara agora conta com um processo de automação das sessões, no qual os vereadores podem registrar a presença e o voto em um ambiente digital. De que maneira a inserção dessa tecnologia contribui para a lisura do trabalho da Casa?

JB – Agora os vereadores podem resolver as suas demandas do próprio gabinete. Com um tablet eles podem encaminhar as indicações, os projetos de lei, e tudo mais. A gente consegue agilizar, e essa inovação não vai ficar só aí. Até setembro, espero eu, quero colocar toda a Casa nessa plataforma digital, com assinatura eletrônica de todos os setores, de todos os vereadores. Se a gente gasta milhões de folhas de papel ofício, a gente vai reduzir 99%. Vamos
usar a tecnologia para ajuda a Câmara a ser mais ágil nos seus serviços, e assim, eu posso fazer uma sessão presencial e também posso fazer híbrida ou virtual, como no caso de um vereador viajar, para estar válido da mesma forma. Estamos buscando tecnologia para que a imprensa tenha acesso mais rápido a tudo aquilo que está tramitando na Câmara, e assim como a população. Nós estamos no século 21, não é possível que as pessoas não tenham acesso ao que os vereadores estão fazendo. Quero deixar uma Câmara diferente da que eu encontrei. Não que os outros presidentes não tenham feito, fizeram aquilo que podiam, da forma que podiam.

D1 – No dia 25 de março, o senhor anunciou a elaboração de um projeto de acessibilidade para a Câmara, com a instalação de elevadores, piso tátil, identificação em braille em todos os setores e nos gabinetes. Qual a previsão para conclusão e implementação desse projeto? Em que fase ele está?

JB – O fato de termos um intérprete de Libras hoje na Câmara é fruto de uma indicação feito por mim lá em 2013, e eu também solicitei um elevador, mas a Câmara não tinha condições orçamentárias para isso. Hoje continua sem orçamento, mas estamos fazendo um esforço, fazendo uma reserva para implementar isso. Já temos uma equipe fazendo os estudos técnicos para ver onde vamos instalar esses elevadores, e também o estudo para termos o piso tátil, tanto na área externa quanto interna. Vamos ter leitura em braille em todos os departamentos, para que possamos ter uma Câmara mais próxima de toda a população. Acredito que até outubro a gente consiga cortar a fita e inaugurar o projeto de acessibilidade.

D1 – Quais são as suas considerações finais?

JB – Estou muito feliz com esses 100 dias de gestão frente à Câmara, feliz porque a gente está conseguindo ver surgir uma nova Câmara, uma nova roupagem, que está mais perto das pessoas, embora eu quisesse que estivesse mais. Por conta da pandemia, ainda não conseguimos fazer as nossas sessões itinerantes, sair um pouco do físico da Câmara e ir para a realidade da população, fazer a sessão no meio da praça, no meio da rua, mas em breve vamos conseguir fazer isso. Eu não sou chefe, nunca fui. Eu sou parceiro, que divide as coisas, não preciso centralizar nada. Sou muito de pegar as coisas no ar e tentar colocar em prática, e é esse papel que quero fazer para a população.

Fonte: Destaque1

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