Paulo Silva deixa o PT e reforça candidatura do oposicionista Elinaldo

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O ex-petista Paulo Silva é o mais novo apoio do vereador e pré-candidato a prefeito de Camaçari, Antonio Elinaldo (DEM). Silva, que militou no PT desde o início dos anos 2000, segue com seu grupo, o MBS (Movimento da Base Socialista), para o PV, legenda da base do oposicionista. Garante que o modelo de gestão iniciado com Luiz Caetano (2005/2012) e prosseguido pelo atual gestor, o ex-petista e agora sem partido, Ademar Delgado (2013/2016), está esgotado e deixou de ser a “ melhor alternativa”. Silva se reune nos próximos dias com Elinaldo e com a direção do PV, presidida no município pelo ex-vereador Matos Reis, para discutir a acomodação do novo grupo na legenda.

Em conversa com o Camaçari Agora, na manhã deste domingo (3/2), Silva lamenta a perda da “essência” e diz ter esperado por “mudanças e correções de rumo” que  não aconteceram. Em carta enviada sexta-feira (1/4) ao presidente  do partido, vereador José Marcelino, Paulo Silva  lista entre as suas discordâncias na condução da legenda o abandono da militância e o controle exercido  pelo grupo do ex-prefeito e candidato ao 4º mandato de prefeito. Mesmo sem citar no documento o nome do deputado federal Luiz Caetano, Silva fala em “domínio oligárquico de um grupo” e critica o que chama de  “falta de alternância do poder”. Na carta de desfiliação, publicado na íntegra abaixo, Silva também presta solidadriedade a “ companheiros militantes históricos, que por motivos iguais ou parecidos, tiveram a mesma decisão”.

Com a saída de Silva e Jailson Barreto, outra liderança do MBS, o PT perde mais uma tendência interna com cerda de 30 militantes. Recentemente a legenda perdeu as correntes Alternativa, dirigida por Adelson Carvalho, agora no Rede Sustentabilidade, e Carlos Silveira (Esperança Vermelha), filiado ao PSOL.

Paulo Silva também não vê futuro na pré-candidatura Jailce Andrade (PCdoB), atual secretária de governo e nome escolhido pelo alcaide Ademar, para disputar a sua sucessão. Segundo ele, a postulação Jailce não passa de uma “jogada política”  sem chances de  enfrentar Caetano. Experiente, aposta que o PCdoB retira a candidatura nos próximos meses e engrossa a campanha do petista. Acredita que o partido da candidata do prefeito, aliado nas escalas nacional e estadual ao PT, não vai romper com o governador Rui Costa para levar adiante um nome que só divide a já fragilizada base governista.

Discordância de Silva com a gestão do PT é antiga e se acirrou recentemente quando lançou seu nome como pré-candidato a prefeito na disputa  interna. Lembra que sequer teve sua legitimidade como militante respeitada pelo presidente Marcelino, que  em entrevista à imprensa local ignorou sua postulação ao declarar que o partido tinha apenas  o nome do ex-prefeito como candidato.

Silva também se queixa da omissão de Delgado no processo político, mesmo sendo o prefeito. Garante que ainda durante as discussões para a escolha da executiva do partido, em meados de 2014,  sugeriu ao alcaide presença com a montagem de  uma base que contemplasse militantes favoráveis a seu nome.  Diferente do sugerido, Delgado deixou o ex-prefeito comandar o processo e assegurar maioria e praticamente o controle total do comando do partido.

Íntegra do documento

Camaçari,  01 abril de 2016 

Sr. Presidente do diretório municipal do PT de Camaçari, venho através deste comunicar-lhe o meu pedido de desfiliação do partido dos trabalhadores do município de Camaçari, também como o desligamento da nossa corrente interna, MBS – Movimento de Base Socialista, das atividades desse partido, no qual militei desde a minha adolescência, e sendo também a minha única filiação até esse momento. É com um sentimento de tristeza que nós somos obrigados a tomar essa decisão.

Os motivos são muitos, mas frisarei apenas alguns: desvalorização da militância local, falta de ética e democracia interna, falta de renovação do seu quadro político, domínio oligárquico de um grupo, falta de alternância do poder, internamente falando.

Eu estou saindo junto com o nosso grupo, mas sem nenhum tipo rancor, até gratos pelos bons momentos que vivemos juntos, e pelo aprendizado político que adquirimos durantes vários anos de lutas, até o momento em que alguns figurões se alto intitularam donos do PT Camaçari, com o consentimento de alguns militantes despolitizados.

Finalizo desejando boa sorte aos companheiros que continuam no partido e torcendo para que vocês venham entender que o poder precisa de alternância, e digo: vocês me conhecem e sabem da minha conduta ética por todos esses anos, e por muitas vezes tentamos construir internamente um partido mas democrático e com uma militância mais valorizada, as últimas eleições internas testemunham isso.

Deixo aqui minha solidariedade aos companheiros militantes históricos, que por motivos iguais ou parecidos, tiveram a mesma decisão: Augusto de Paula, Adelson Carvalho, Cara de Hambúrguer, Carlos Silveira, Raimundo Diácono, Margarida Galvão…

A luta continua…

Paulo Silva de Moraes – Título de eleitor – 24529350540 – zona 171

 Seção 0096

Fonte: Camaçari Agora

 

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