Fraudes de mais de R$ 6 bilhões em contratos de licitações são investigadas em uma operação da Polícia Federal nesta sexta-feira (3/6). A ação, intitulada Esfinge, cumpre dois mandados de prisão preventiva e cinco mandados de busca e apreensão em escritórios e residências de suspeitos de integrarem o esquema criminoso em São Paulo e Brasília. Estima-se que, em propinas, o grupo movimentou mais de R$ 70 milhões. Os mandados foram expedidos pela 8ª Vara Federal Criminal do Rio de Janeiro.
Entre os presos estão um auditor-fiscal da Receita e a mulher dele, indiciados e denunciados por crimes de corrupção passiva e ativa. Os nomes dos investigados estão sob sigilo, de acordo com a Receita Federal. Cerca de 30 policiais federais e doze servidores da Corregedoria Geral do Ministério da Fazenda participam da ação, em conjunto com o Ministério da Fazenda e o Ministério Público Federal (MPF).
A organização criminosa praticou fraudes em licitações, desvio de recursos públicos, corrupção e lavagem de dinheiro, no Rio de Janeiro. De acordo com a investigação, há suspeitas inclusive de fraude em uma licitação da Casa da Moeda. Um dos alvos é um escritório de consultoria, que teria recebido cerca de R$ 70 milhões de uma empresa investigada por fraude à licitação na Casa da Moeda, sem prestar os serviços contratados. A PF suspeita que o estabelecimento servia de fachada para intermediar o pagamento de propina aos envolvidos no esquema.
O faturamento do contrato de licitação da Casa da Moeda ultrapassou a cifra de R$ 6 bilhões. O objeto contratado era o Sistema de Controle da Produção de Bebida (SICOBE), que tem por previsão a instalação de equipamentos contadores de produção, nas linhas de produção de bebidas frias (cervejas, refrigerantes, sucos, águas minerais e outras). O sistema também realiza o controle, registro, gravação e transmissão dos quantitativos, e os remete à Receita Federal, para fins de tributação.
Esfinge
A Operação Esfinge, segundo a PF, é um desdobramento da Operação Vícios, que no ano passado cumpriu mandados de busca em 23 endereços ligados aos investigados, incluindo gabinetes do edifício sede da Receita Federal, em Brasília, e na Casa da Moeda do Brasil.
Fonte: Correio Braziliense
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