Ufba apresenta proposta de semestre suplementar, com aulas online

A Universidade Federal da Bahia (Ufba) pode não retomar as atividades presenciais em 2020. E, na contrapartida, a instituição deverá oferecer um semestre acadêmico suplementar, com aulas remotas online, seja com componentes curriculares como complementares de ensino, pesquisa e extensão. A proposta foi elaborada pela Administração Central e apresentada ao Conselho Universitário da Ufba, que decidirá pela aprovação – ou não – do plano.

“O momento pede adaptações de todos os lado, inclusive na educação”, disse Júnior Borges

Segundo o projeto, retomar as aulas presenciais seria inviável já que, para a “plena realização da pesquisa, do ensino e da extensão, cerne da vida universitária, pressupõe a reunião e a circulação de grande quantidade de pessoas em espaços restritos, ritmo regular e fluxo intenso” – algo contraindicado neste momento, por causa da pandemia do novo coronavírus.

Dessa forma, a proposta pressupõe que haja o semestre suplementar, com atividades adaptadas ou especialmente concebidas para o formato online. Incluindo, inclusive, aulas ministradas conjuntamente por vários docentes. A ideia é que os estudantes possam aderir ou se desligar caso queiram, bem como fazer a integralização de carga horária curricular posteriormente.

“A expectativa é de que essa ação mobilize todo o corpo docente e técnico-administrativo da UFBA, respeitadas as diferentes condições de trabalho em regime home office, acesso à internet e familiaridade com tecnologias e recursos de gestão pública e educação a distância. Com isso, procura-se garantir tanto a qualidade do processo de ensino e aprendizagem, própria de uma universidade federal, quanto condições adequadas para o trabalho docente e técnico, sem sobrecarga e desgaste laboral indevidos, no cenário adverso da pandemia”, diz a minuta da proposta.

Segundo o reitor da Ufba, João Carlos Salles, o projeto já foi submetido ao Conselho Universitário. “Na semana que vem, devemos ter um retorno. O reitor não decide nada sozinho, ele decide com a universidade”, afirma.

O documento da universidade está de acordo, em certos pontos, com uma carta assinada pela representação estudantil no Conselho Universitário no último dia 6.

“A gente é contra aulas presenciais ou semipresenciais e também contra o modo de Ensino a Distãncia (EAD). O que nós flexibilizamos na carta é a criação de um semestre suplementar, com atividades remotas – o que não caracterizaria um modelo EAD. Seria um semestre completamente atípico, então não entraria em um semestre letivo complementar, normal. Por exemplo, a gente estava no 2020.1. A gente não voltaria ao 2020.1, mas faria esse semestre suplementar como 2020.3”, explica Rafaella Rios, estudante de história, conselheira no Conselho Universitário (CONSUNI) e representante do Diretório Central dos Estudantes (DCE) da Ufba.

Na proposta da Ufba, estão previstas ações para ampliar a capacitação em tecnologias digitais de professores, técnicos e terceirizados. Quanto aos alunos, o projeto lembra que nem todos possuem condições adequadas de estudo, equipamentos e acesso à internet nos locais onde moram.

“Vamos trabalhar para que esses estudantes disponham de algum tipo de acesso. Se for aprovada a proposta, vamos procurar alternativas para eles. Uma das possibilidades é que os alunos possam acessar os laboratórios da Ufba, se as condições sanitárias permitirem. Vamos aguardar para definir”, comenta o reitor.

Fonte: Correio da Bahia

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