Para Lava Jato, chefe de Instituto Lula ‘viabilizou lavagem’ de R$ 1,2 milhão

O presidente do Instituto Lula, Paulo Okamotto, acusado de lavagem de dinheiro
O presidente do Instituto Lula, Paulo Okamotto, acusado de lavagem de dinheiro

A Procuradoria da República afirmou em relatório ao juiz federal Sérgio Moro que o presidente do Instituto Lula, Paulo Okamotto, “viabilizou, entre janeiro de 2011 e janeiro de 2016, a lavagem de R$ 1.292.210,40 do dinheiro da OAS em favor de Lula”.

O valor é referente ao pagamento, durante cinco anos, do aluguel de dez guarda-móveis usados para armazenar parte da mudança do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva quando ele deixou o Palácio do Planalto ao fim do segundo mandato.

“Não pairam dúvidas sobre a atuação ilícita de Paulo Tarciso Okamotto na viabilização do custeio pela OAS do armazenamento de bens pessoais de Lula junto à Granero Transportes”, sustenta o documento de 89 páginas, subscrito por 11 procuradores da força-tarefa da Lava Jato. O contrato com a OAS foi um dos motivos que levaram a Justiça a autorizar a condução coercitiva de Lula durante a Operação Aletheia.

Procurado no ultimo domingo (6), Okamotto não foi localizado. Após ser ouvido pela PF, ele afirmou ter explicado que a finalidade do Instituto Lula é “guardar os objetos do Lula, cuidar do legado dele, discutir políticas públicas, continuar falando do Brasil, defendendo o Brasil na América Latina, mostrar o que são os países africanos para os brasileiros, o que é nossa política de combate à fome na África e, a partir dessa proposta, as empresas apoiavam ou não”.

Okamotto afirmou que uma parte da mudança de Lula foi para o apartamento em São Bernardo do Campo, outra parte foi para o sítio em Atibaia e a terceira parte ficou armazenada com a Granero Transportes.

Nota do Instituto Lula divulgada na sexta-feira classificou de “absolutamente falsa” a informação de que a mudança do ex-presidente teria sido paga por uma empresa. “A mudança, como ocorre com todos os ex-presidentes, foi providenciada pela Presidência da República”, afirmou a nota.

Rescisão

Após a rescisão do contrato de armazenagem, entre 18 e 19 de janeiro de 2016, dizem os procuradores, a “Granero fez a entrega dos bens para as pessoas indicadas por Paulo Tarcisio Okamotto, notadamente Alexandre Antonio da Silva, Luiz Antonio Pazine e Paulo Marcelino Mello Coelho”. A força-tarefa afirma que Alexandre Antônio da Silva, do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, foi autorizado por Okamotto para “representá-lo em relação ao contrato de armazenagem” firmado com a Granero.

A OAS não se pronunciou. A Granero disse ter vencido concorrência pública para transportar parte da mudança de Lula. A empresa informou que armazenou o acervo museológico do ex-presidente mediante “contrato com a OAS, no valor de R$ 21.536,84 mensais, que perdurou por cinco anos” e que “nos dias 18 e 19 de janeiro, o acervo museológico do ex-presidente foi retirado do armazém da Granero por transportadora contratada pelo sr. Paulo Okamotto”. As informações são do jornal “O Estado de S. Paulo”.

Fonte: Uol

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