A construção de um porto, para dar viabilidade econômica ao projeto da ponte Salvador-Itaparica e contribuir no desenvolvimento do estado, foi proposta pelo secretário municipal de Urbanismo e Transporte, José Carlos Aleluia, durante palestra sobre o tema, na ABI, nesta segunda-feira (10). Ele disse que a obra é uma oportunidade para a Bahia abrir um novo ciclo virtuoso de crescimento, mas antes deve ser alvo de muita reflexão em torno do seu planejamento e concepção. “A ponte é um assunto relevante. Não pode servir de muro ou trazer qualquer tipo de obstáculo ao entendimento entre o município e o estado, mas são necessárias algumas considerações”, pontuou.
Para o secretário, os ciclos de desenvolvimento econômico na Bahia estão em vias de esgotamento, a exemplo do polo petroquímico, do ciclo automotivo e do turismo. Por outro lado, ele avalia que a oportunidade logística que o porto de Salvador oferece hoje não é bem aproveitada.
Aleluia propôs um projeto com novo traçado, que integre a ponte, o porto, ferrovia e rodovias, distante das ilhas, em águas profundas, e reduza o impacto da obra sobre o meio ambiente, a paisagem, a cultura e a mobilidade, em Salvador e Baía de Todos-os-Santos. “Precisamos discutir qual é a melhor solução para a Bahia”, disse Aleluia, em entrevista ao Bahia Notícias, ao ressaltar que a preocupação da prefeitura é “evitar que a ponte se torne um problema para Salvador”.
“Se não der nó na entrada, vai dar na saída”, previu o secretário, sobre a probabilidade de a ponte gerar graves transtornos ao tráfego e danos ao patrimônio arquitetônico do centro antigo de Salvador, patrimônio da humanidade. Segundo ele, a prefeitura vai insistir em estudos aprofundados, a fim de evitar que o projeto crie ainda mais congestionamentos e gere impactos negativos sobre os ativos históricos e culturais da capital.
Bahia Notícias
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