Depois de uma longa e tensa discussão na Câmara de Vereadores sobre a inscrição de Camaçari no programa “Mais Médicos” – do governo federal –, a indicação de número 458 de autoria dos vereadores Otaviano Maia, Jorge Curvelo, Teo Ribeiro, Jackson, Marcelino, Patrícia e Wilton de Ferrinho foi aprovada no plenário do Legislativo.
Se for aprovada também pelo Executivo, o município poderá passar a receber médicos estrangeiros para fazer parte do quadro da saúde pública do município. Para o vereador, o fato de o programa não exigir o “Revalida” – teste feito para avaliar e validar o diploma de médicos formados fora do Brasil – no processo de contratação dos médicos é um desrespeito à classe médica brasileira e um “risco” para a população. “Como vamos ter a certeza de que esses profissionais que estão vindo cuidar de nosso povo têm competência suficiente para atuar nas áreas destinadas?”, questionou.
E completou. “Até mesmo os brasileiros que estudaram na Argentina, Bolívia ou a própria Cuba sempre encontraram grandes dificuldades para conseguirem a revalidação de seus diplomas para atuarem dentro de seu país de origem. E agora passam por cima de tais regras para contratação de médicos estrangeiros”, ressaltou.
De acordo com o vereador Júnior Borges (DEM), mesmo com a chegada de médicos estrangeiros Camaçari continuará não dando conta da grande demanda. “O fato de Camaçari ser contemplada com o Mais Médicos não garante que todos os problemas que temos na saúde pública hoje se resolva”.
Apesar das duras críticas , o edil fez questão de deixar claro que não é contra o programa nem da inscrição do município no Mais Médicos. “Para mim o programa é importante, sim, não tenho dúvidas disso. Mas só o programa não vai oferecer a qualidade na saúde que a população desse município precisa”, relatou.
O vereador aproveitou a brecha para falar, mais uma vez, sobre o atraso nas obras da Unidade de Pronto Atendimento (UPA) da Gleba A, que completará dois anos em dezembro. “Não é o Mais Médicos que vai resolver a situação da construção interrompida da UPA da Gleba A, por exemplo”, destacou. A empresa responsável interrompeu a obra por falta de pagamento e se nega a dar continuidade até que o valor acordado seja repassado pela prefeitura.
Henrique da Mata/assessoria de comunicação
Foto: Hericks Trabuco
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