O desabafo carregado de insatisfação de quem precisa do atendimento no sistema público de saúde de Camaçari foi pacientemente ouvido pelo vereador Júnior Borges, na manhã desta terça-feira (25), quando esteve na Unidade Básica de Saúde (UBS) de Camaçari de Dentro para aferir a pressão. “Desde cedo eu não estava me sentindo bem e decidi procurar uma unidade de saúde mais próxima de minha residência”, relatou.
Ao ouvir, enquanto usuário, relatos negativos sobre a UBS de pessoas que estavam aguardando atendimento, Júnior resolveu fazer uma rápida vistoria na unidade, conversando com usuários e funcionários. “Esse é o meu papel enquanto vereador, eu não podia fechar os olhos para aquela situação e fingir que não estava acontecendo nada”, ressaltou.
A partir daí, as reclamações foram muitas. “A gente está sem água na sala de vacinação. Temos que carregar um garrafão de água mineral com água para colocar dentro da sala e lavar as mãos a cada procedimento que a gente faz”, relatou uma pessoa que preferiu não revelar a identidade. O garrafão com a água utilizada para higienização das mãos antes dos procedimentos estava em cima da lixeira.
Em frente à sala de vacinação, o bebedouro que deveria estar funcionando, estava quebrbado e gerando desperdício de água – um gasto a mais no orçamento público que deveria estar sendo evitado. “Toda vez que eu venho aqui nesse posto eu tenho que comprar água lá fora porque o bebedouro nunca está funcionando”, afirmou Ana Maria, moradora do Camaçari de Dentro.
Em duas salas de atendimento – Ginecologia e Assistência Social – as portas estavam quebradas. Uma completamente solta e outra ainda pendurada pela última dobradiça que ainda resistia à ação dos cupins na porta. Raiane Rocha, que aguardava a consulta com o ginecologista, confessou que não se sentia à vontade em ter que ser atendida em uma sala sem porta. “É um atendimento que já expõe a minha intimidade, sem porta eu fico mais exposta ainda”, disse. A mãe de Raiane, Márcia Glória, aproveitou para fazer outra reclamação. “Semana passada eu trouxe ela aqui e o médico não atendeu porque disse que a unidade não tinha material para fazer os procedimentos”.
A falta de organização nas filas também é alvo de reclamação dos usuários. “Falta mais organização, toda vez que eu venho aqui é a mesma coisa, fica uma fila enorme e a gente aqui o dia todo para conseguir ser atendido”, contou Jaqueline de Almeida, morador do Phoc II. Na fila em que estava Jaqueline, uma senhora que aparentava ter entre 60 e 65 anos passou mal por conta da demora no atendimento, mas foi atendida minutos depois. Segundo informações de uma funcionária, duas médicas estavam fazendo o atendimento.
O vereador entrou em contato com o secretário de Saúde, Vital Sampaio, e ele assegurou que mandará uma equipe ainda nesta quinta (25) para resolver os problemas de manutenção.
Assessoria de Comunicação/Henrique da Mata
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