O deputado estadual Tom Araújo (DEM) afirmou hoje, em pronunciamento na tribuna da Assembleia Legislativa da Bahia, que o político brasileiro deve estar atento aos anseios da sociedade, que está indo às ruas reclamar. “O país se mobiliza e as pessoas vão às ruas para tratar das insatisfações. É insatisfação contra as imposições da Fifa; os gastos excessivos com o futebol, enquanto áreas importantes e essenciais estão sendo esquecidas. O povo está reclamando da falta de infraestrutura e dos investimentos errados. O mundo inteiro tratou dos altos investimentos na Copa do Mundo enquanto o governo não investe em Saúde, Educação e Segurança Pública”, constatou o parlamentar.
Tom Araújo lembrou dos gastos do governo com a construção das praças esportivas em 12 capitais: o Macaranã, no Rio de Janeiro, teve um custo inicial de R$705 milhões e ficou em mais de R$1,188 bilhão; a Arena Fonte Nova, com custo inicial de R$591 milhões, ficou pronta por mais de R$1,6 bilhão; o Estádio Mané Garrincha, de Brasília, teve custo inicial de R$696 milhões e foi concluído por R$1,5 bilhão só para citar alguns exemplos e que fizeram com que os custos inicialmente avaliados em R$1,3 bilhão, saltassem para mais de R$7 bilhões só com as arenas esportivas e o orçamento total da Copa saltasse para mais de R$25 bilhões, segundo estimativa do Tribunal de Contas da União.
“Não se trata de não fazer a Copa. Iriam dizer que se o país não tivesse feito a Copa, todo mundo iria reclamar. Mas quem está reclamando são as ruas. Foi a população que quase invadiu o Congresso e o Palácio do Planalto ontem, em Brasília, e a Assembleia Legislativa no Rio de Janeiro. Não trata-se de defender lados a favor ou contra os manifestos ou a favor ou contra o governo. Chamo atenção para atentarmos àquilo que as ruas estão falando. O movimento popular está tomando corpo e isso é bom para a democracia. E eles reclamam de tudo que percebemos que está errado. E cabe a nós, legisladores, estarmos atentos àquilo que eles querem”, advertiu o parlamentar.
Tom Araújo lembrou que quinta-feira tem o primeiro jogo na Arena Fonte Nova e já há uma grande manifestação convocada pela sociedade civil em Salvador. O deputado disse que governo não pode ceder tanto às exigências da Fifa e uma delas trata da interrupção de manifestações perto dos estádios. “Temos que estar ao lado do povo e fazer aquilo que eles esperam de nós”, concluiu.
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