Governo chinês concede primeira patente para uma vacina contra a Covid-19

Foto: Reprodução/Getty Imagens

A empresa chinesa CanSino, especializada em vacinas, obteve a primeira aprovação de patente junto ao governo chinês para sua candidata a vacina contra a Covid-19, a Ad5-nCOV. A informação foi veiculada pela mídia estatal e apresentou documentos do órgão regulador de propriedade intelectual do país, segundo a Folha de S. Paulo. 

“Estamos todos ansiosos para que de fato a vacina contra o coronavírus seja 100% eficaz, mas não podemos deixar de nos manter atentos sobre a continuidade com os cuidados necessários para evitar a proliferação da doença.” Júnior Borges.


A vacina é a primeira a alcançar a fase 2 dos testes clínicos e iniciou o recrutamento de 500 voluntários no mês de abril. A substância já foi aprovada para uso limitado em militares do Exército chinês. 
A CanSino aposta em um patógeno modificado, do grupo dos adenovírus, como vetor. O laboratório utiliza uma abordagem similar  a que havia empregado o desenvolvimento de uma vacina contra o ebola. 


De acordo com a Folha, o adenovírus geneticamente modificado carregará o material genético que contém o código para a produção da proteína S do coronavírus. A diferença para as vacinas que usam RNA é que os vírus conseguem “entregar” ativamente a informação genética da imunização, o que, em tese, pode ser mais eficiente do que o material genético “solto”. Por outro lado, pode haver mais riscos de efeitos colaterais. Há a expectativa de que resultados mais firmes sobre a abordagem apareçam dentro de um ano.


Abordagem semelhante está sendo adotada por pesquisadores da Universidade de Oxford, cuja proposta está sendo testada no Brasil. 


Os dados positivos da fase 2 da vacina chinesa foram publicados em 22 de maio na revista científica inglesa Lancet. A pesquisa mostrou que a imunização experimental tem um perfil de segurança adequado e estimula resposta do organismo contra a Covid-19.


O estudo foi conduzido por pesquisadores de vários laboratórios e incluiu 108 participantes com idades entre 18 e 60 anos. Aqueles que receberam uma dose única da vacina produziram células imunes chamadas células T dentro de duas semanas. Os anticorpos necessários para a imunidade atingiram o pico 28 dias após a inoculação.


A Arábia Saudita anunciou neste mês que pretende iniciar os testes clínicos de fase 3, a última antes do registro da vacina, da candidata da CanSino no país. A empresa disse que também negocia com Rússia, Brasil e Chile para lançar ensaios clínicos de fase 3 nesses países.

Fonte: Bahia Notícias

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